-
Arquitetos: Acid consultoría técnica
- Ano: 2022
Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno fica próximo a Ermita del Castillo no Cerro del Búho de Cabezabellosa (Cáceres). Desde o início desta proposta, desejou-se que a intervenção fosse mínima, já que a qualidade ambiental torna a paisagem a protagonista desse projeto. Tratava-se de preservar, consolidar e valorizar o espaço natural e as suas qualidades paisagísticas. Por esta razão, a intervenção deveria se manifestar de modo que a interferência minimizada e o resultado, o melhor possível. A ideia principal era potenciar este poderoso sítio natural cujos principais fatores são a amplitude do campo visual, a luz, e a variedade e riqueza das diferentes espécies típicas do clima mediterrâneo. Entre as diferentes espécies, podemos encontrar carvalhos, castanheiras, azinheiras ou retamas e um grande número de aves de rapina, como abutres, águias e gaviões, que sobrevoam a poucos metros de nós.
O projeto se apresenta como uma afirmação das vocações e sensações do próprio lugar, que se devem primeiramente a possibilidade de uma vista abrangente da região e posteriormente pelo amplo horizonte, do qual é possível avistar a Sierra de Francia no província de Salamanca, até Portugal a oeste, passando por Ambroz, Tierras de Granadilla, Hurdes, Gata e Alagón. Os percursos sinuosos resultam em uma rede de caminhos complexos que favorece a percepção do ambiente natural ao longo do trajeto, graças a presença de um banco de onde é possível ver um pôr-do-sol espetacular, sentir o vazio, experimentar a sensação de caminhar sobre as rochas, ao mesmo tempo que coloca os usuários em um posição privilegiada perante a amplitude da paisagem, realçada pelos limites da intervenção feita em vidro.
A passarela se origina como um passeio sinuoso que sobrevoa o local graças a pontos de apoio em posições estratégicas, que ligam os pontos de observação. Com um ligeiro declive de subida nos dois ramos que compõem o mirante, a passarela se bifurca e forma um sistema orgânico, modulado, sequencial e sistematizado em que o aço é entrelaçado e enrolado, de modo a servir de suporte para o piso de apoio e guarda-corpo e, ao mesmo tempo, permite a visão permeável das partes inferiores. A estrutura, o local e a passagem deixaram de ser três variáveis independentes para serem entendidas como uma solução única e integradora. Esta materialização construtiva, fruto da uniformidade e da simplicidade na escolha dos materiais (aço, madeira e vidro), o seu cromatismo, carácter leve e sutil, favorecem uma certa sensação de efemeridade do volume e garante a sua identidade visual e integração na paisagem. Suas principais vantagens incluem a facilidade e possibilidade de montagem no referido local, manutenção zero e comportamento ideal ao ar livre e resistência a rajadas de vento.